Por Veruska Reina.
Colunista do jornal Propaganda e Marketing.
O Brasil é o País com maior tempo médio de navegação residencial por internauta. Os brasileiros passam, mensalmente, 23h30 na web. Os Estados Unidos ficam, em média, 19 horas navegando na rede, ocupando o segundo lugar depois do Brasil (fonte: pesquisa publicada na Época Negócios).
Não é à toa que os gastos com publicidade online e em redes sociais, segundo pesquisa do Nielsen, cresceram 119% por lá, somente no mês de agosto desse ano, em relação ao mesmo período de 2008.
Ainda falando dos americanos, 66% dos anunciantes usaram os canais de mídia social em 2008, contra 20% no ano anterior, de acordo com estudo conduzido pela Association of National Advertisers, B2B Magazine e a prestadora de serviços de marketing Mktg. O levantamento aponta que 55% dos entrevistados transferiram recursos da mídia tradicional para campanhas realizadas em redes sociais.
No Brasil? Infelizmente não há muitos números sobre o uso desses canais de contato. Aqui, por enquanto, tive acesso apenas aos investimentos em publicidade digital, que cresceram 22,8% no primeiro semestre de 2009, pelo relatório Inter-Meios.
RUMO ÀS MUDANÇAS
O cenário é mais do que prova da necessidade urgente de mudanças que devem ocorrer na visão de nosso mercado em relação às redes sociais, ou melhor, na visão das empresas. Os usuários estão a mil. Dos 55 milhões de participantes do Orkut, 54% (29,7 milhões) são brasileiros. Isso mesmo, mais da metade. Porém, os maiores investidores nessa relação social estão fora daqui. Motivos? Diversos. Publicações dizem que temem exposição, se preocupam com a reputação e com o fato dela ser ameaçada em um contato inédito e aberto com uma infinidade de pessoas.
Reticente às mudanças, ainda continua sendo preferível, para a maioria das companhias, comandar a oferta e fazer com que a demanda seja adequada ao que propõe. É claro que o panorama vai mudar, aliás, já está mudando, porque é mais do que perceptível que o investimento em mídias sociais é um caminho sem volta. Felizmente, mais rápido para alguns que acabam saindo na frente.
Procuro inspirar meu modelo de negócios na capacidade inesgotável de inovação da Amazon.com. Em recente entrevista para o portal HSM, Andreas Weigend, ex-cientista-chefe da Amazon e especialista em comportamento do consumidor online, discorre sobre o poder das mídias sociais para evolução das marcas. Ele aponta que o crescente desejo das pessoas de compartilhar suas opiniões, experiências e aspirações, dá às empresas uma oportunidade de ouro para captar, medir e conectar dados e, depois, utilizá-los no desenvolvimento do novo marketing das redes sociais.
A Amazon não analisa e mensura apenas as transações feitas pelos e-consumidores, mas dá a eles a oportunidade de interagirem até mesmo com feedbacks sobre o tempo de carregamento entre uma página e outra, indicações para a correção de possíveis erros de conteúdo, além de outras inúmeras possibilidades que são exploradas ao máximo para melhoria contínua de seus serviços. Weigend afirma que experimentos e pesquisas mostram que o marketing social costuma ser de cinco a dez vezes mais eficaz do que outras formas de marketing.
E-mail marketing x redes sociais. É neste ponto que quero chegar. Sabemos que o e-mail marketing é uma ferramenta extremamente mensurável, quando falamos em medir o ROI. Você produz a campanha, define a lista para disparos do e-mail – sempre a uma base opt-in –, envia a ação, mede o número de cliques e consegue ver quem interagiu com sua marca. Mais acesso ao perfil comportamental que isso, apenas... nas redes sociais.
Diferentemente do e-mail marketing, a coleta de informações sobre o que pensam de sua empresa, produto e serviço é reativa. Você não emite, você recebe, desde que esteja disposto a abrir um canal onde o fluxo de informações seja transparente.
Se as mídias sociais são oportunidades de ouro para as empresas saberem o que fazer para seguir os rumos atentas ao que seu consumidor anseia, a integração delas com o e-mail marketing é o diamante para uma campanha. Isso porque o e-mail marketing já fornece possibilidades fantásticas para atender ao mercado como ele deseja. Haja vista as ações que podem ser aplicadas para realizar a “segmentação da segmentação”.
Integrar suas ações de e-mail marketing ao Twitter, por exemplo, já é possível. Poder acompanhar a geração e projeção de sua campanha através dessa integração pelos seguidores é fantástico. As mídias sociais oferecem inúmeros recursos e cabe a nós saber como aproveitá-los.
Os chamados dados sociais – o que você coleta, ou deveria coletar, de informação na era da web 2.0 – servem de subsídios também para estruturação de uma campanha. O trabalho é detalhado, mas compensador. Uma equipe dedicada ao monitoramento digital social é investimento e não centro de custo. As agências de publicidade e propaganda já estão formando áreas exclusivamente dedicadas para esse processo.
Com a pesquisa em mãos, pode-se descobrir opiniões e sugestões altamente relevantes para uma ação digital, seja ela qual for. E, quando for uma ação por e-mail marketing, você pode direcioná-la para um grupo formador de uma mesma opinião – que identificou naquele trabalho minucioso feito nas redes sociais –, mensura, analisa a receptividade, descobre a proveniência dos cliques e, ainda, vai ao encontro do que esse destinatário expôs em rede pública. Ponto positivo! Mais uma vez, mediu a eficiência de sua ação e, ainda, aumentou e muito a probabilidade de fidelizá-lo.
A conquista de seu público, mais uma vez, só depende de você. Fazê-lo proliferar a marca, o produto ou o serviço é consequência de sua ação inicial. Claro que o marketing viral na era social não depende mais de você, mas com certeza pode ser potencializado pelas etapas anteriores. E não se esqueça da lição de casa. Mesmo indo ao encontro do que ele precisa não se pensará nisso se deixar de cuidar da visualização da campanha, do layout, do HTML e do conteúdo, porque nós, brasileiros, temos uma leve tendência à crítica e se isso acontecer, todo o seu trabalho foi por água abaixo. Um post negativo no Twitter pode dar muito mais repercussão que o positivo.
Por último e não menos importante, se sua empresa não abriu ainda um canal de comunicação público ao mercado, se não investiu na construção de um blog ou participa ativamente de comunidades virtuais/sociais, sinto dizer, mas parece que está bem atrás do mais importante: a vantagem (digital) competitiva.
Via: Propaganda e Marketing.
E-mail marketing: o que muda com as redes sociais?
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quinta-feira, novembro 26, 2009 |
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Etiquetas:
#papo simples
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1 comentários:
Concordo plenamente com sua última frase. As empresas que ainda acham que participar ativamente da internet e adaptar seu modelo de negócios para atuar na net é perda de tempo estão cavando a própria cova, onde enterraram a empresa.
Abraços e sucesso!
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